Entrevista com Majid Majidi, diretor de Filhos do Paraíso
Confira essa entrevista feita pelo jornalista Ross Anthony com o cineasta Majid Majidi, diretor de "Filhos do Paraíso" e "A cor do Paraíso", filmes que estão em cartaz na Mostra Cinema Persa, promovida pelo Coletivo Inovacine. (veja a nossa programação atualizada clicando aqui)
Ross Anthony: Como é fazer um filme no Iran?
Majid Majidi: O governo detém um monopólio sobre o estoque de películas e equipamentos. Então todo cineasta tem que ir até eles para alugar esses items. O governo emite licenças de exibição para os filmes, o que significa que eles podem banir um filme ou exigir que o modifiquem. Eles também os avaliam em méritos culturais e artísticos e recompensam filmes "Nota A" com direitos de anunciar nas mídias controladas pelo governo e exibições nos melhores cinemas. Enquanto cineastas "Nota C" podem ficar sem fazer filmes por um ano.
Majid Majidi: O governo detém um monopólio sobre o estoque de películas e equipamentos. Então todo cineasta tem que ir até eles para alugar esses items. O governo emite licenças de exibição para os filmes, o que significa que eles podem banir um filme ou exigir que o modifiquem. Eles também os avaliam em méritos culturais e artísticos e recompensam filmes "Nota A" com direitos de anunciar nas mídias controladas pelo governo e exibições nos melhores cinemas. Enquanto cineastas "Nota C" podem ficar sem fazer filmes por um ano.
RA: No seu filme há muitas cenas nas quais as crianças correm através das ruas estreitas de uma pequena vila iraniana. Os pedestres eram figurantes? Ou você simplesmente filmou essas cenas em ruas normais?
MM: Na verdade, nós usamos câmeras escondidas para capturar a presença da vida real. Houve alguns "loose-ends", isto é, coisas que aconteceram que foram enganos, mas elas pareceram realistas. As câmeras também estavam escondidas dos atores principais, novamente adicionando uma naturalidade. Isso realmente fez o ato de filmar mais difícil e envolvedor, tendo que esconder a câmera e a equipe, mas os resultados foram performances muito mais tranquilas.
RA: Como exatamente você entrou no cinema?
MM: Com 12 anos, eu atuei em minha primeira peça. Eu gostei do teatro e de atuar, então continuei. Mais tarde, eu tive a oportunidade de dirigir. Então eu o fiz. A partir disso eu escrevi e desenvolvi meu primeiro filme. O que, é claro, foi meu projeto mais difícil. Mas o primeiro filme de um cineasta, de muita formas é o que mais define seu trabalho. Mesmo lá havendo muitos obstáculos, ainda assim não existe desculpa para se criar um filme fraco.
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